Tourism in Goa

“Goa from Paradise to Sewage” says most important sustainability site of Brazil

” Goa survived four centuries of the Portuguese colonization as well as the hippie invasion in the sixties but is now threatened by mass tourism. More than 2,5 million tourists visits Goa every year, which has only 1,5 inhabitants. This tourist number doubled in the last ten years. The National Geographic classified the beaches of Goa as the worst of the world” reports an article published by “Planeta Sustentável”, the biggest site related to sustainability of Brazil. The article refers also to a report of the National Institute of Oceanography about the spreading of fecal coliform in the Goan marine waters as well as of piles of garbage scattered around Goa and on Goan beaches.

Artigo publicado em 24/08/2011 no Planeta Sustentavel*  o maior site do Brasil dedicado ao tema da sustentabilidade

Antes de ser gerente do clube de mergulho Barracuda, no resort Sun Village, Venkatesh Charloo trabalhava na mesa de operações de um banco em Hong Kong. Depois de assistir um filme de Jacques Costeau, decidiu largar o mundo das finanças e se dedicar ao mergulho. Agora, quinze anos depois, ele está muito irritado. “As ilhas de Goa estão cobertas de lixo, e há cada vez menos peixes”. Parte de seu trabalho é limpar locais de mergulho no início da estação de turismo.

Goa sobreviveu a quatro séculos de colonização portuguesa e a uma pequena invasão de hippies nos anos 1960, mas hoje está ameaçada pelo turismo de massa. Mais de 2.5 milhões de turistas visitam por ano este estado no sudoeste da Índia, que tem uma população de apenas 1.5 milhão de habitantes. Este número de visitantes é o dobro de 10 anos atrás. A National Geographic colocou as praias de Goa entre as piores do mundo.

Poucos reclamam das vacas deitadas na areia. Afinal de contas, elas são sagradas, mas garrafas de cerveja e sacos plásticos ocupam a maioria das praias e apenas o distante por-do-sol permanece intocado, relata o Guardian. Foi ele que deu a Goa a reputação de destino romântico, e anúncios do governo local sugeriam a turistas que transformassem suas esposas de novo em namoradas.

Mas a proliferação de bactérias de coliforme fecal pode comprometer o idílio. De acordo com o Instituto Nacional de Oceanografia indiana, baseado em Goa, os níveis das perigosas bactérias, tais como a salmonela, tiveram forte crescimento entre 2002 e 2007. O relatório, publicado em julho último no Ecological Indicators, concluiu que concentrações de coliformes fecais e outras bactérias patogênicas nas águas costeiras eram uma ameaça ao ambiente e à saúde humana. Em algun locais, nadar pode causar doenças.

Na desembocadura do rio Mandovi, correntes levam esgotos dos hotéis, junto com resíduos de pesticidas usados por agricultores mais para o interior, e os sedimentos de minas próximas. A visibilidade submarina foi consideravelmente reduzida. “Agora não dá para ver um palmo adiante do nariz”, diz Ajey Patil, instrutor de mergulho de profundidade. Ativistas ambientais condenam a apatia das autoridades locais. “O governo quer construir um hotel de cinco estrelas a cada milha, mas não consegue nem fazer usinas de tratamento de esgoto”, afirma Claude Alvares, diretor do grupo ambiental Goa Foundation.

A construção de mais de 2600 hotéis também destruiu os khazans, uma antiga rede de diques e terras baixas que drenavam a água do mar quando a maré subia muito, protegendo a terra de inundações. Outra forma de poluição, não vista nas praias, é o lixo doméstico. Mas embora o estado de Goa esteja consciente da ameaça ambiental, não pode dispensar o faturamento do turismo. Um terço de todos os empregos locais dependem da indústria do turismo, que gera U$ 240 por ano. Seria arriscado receber menos turistas e apostar naqueles com mais renda. A maioria dos turistas das costas são mochileiros, embora recentemente a região tenha começado a receber hordas de turistas russos e do leste europeu em vôos fretados. Os menus dos restaurantes agora têm uma versão em cirílico.

Outra solução seria aliviar a pressão sobre as praias com o desenvolvimento de turismo no interior fora da temporada, durante as monções. Goa tem uma fascinante herança arquitetônica de seus colonizadores portugueses, e atrações naturais como quedas de água em meio a florestas. Habitantes do interior agora podem receber subsídios para a abertura de pequenos hotéis nestes novos destinos. Mas, de acordo com Alvares, “a ideia de desenvolvimento do governo é construir mais hotéis, para conseguir mais turistas e mais dinheiro, o que está nos jogando direto contra um muro”. Ele tem saudade dos anos 1960: “Pelo menos os hippies respeitavam o ambiente”.

*O Planeta Sustentável é o primeiro projeto liderado pela grande empresa brasileira de comunicação a Editora Abril. Com o apoio das empresas parceiras CPFL Energia, Bunge, SABESP, Petrobras, Grupo Camargo Corrêa e CAIXA, este movimento combina um detalhado planejamento anual à realização de novas ações para atender esta missão: disseminar informação e referências sobre sustentabilidade. Participam do Planeta Sustentável 38 publicações. Em três anos de movimento, completos em junho de 2010, foram mais de 3 mil páginas publicadas pela Abril. Todas essas reportagens e mais 4 mil conteúdos exclusivos compõem o maior site dedicado ao tema no Brasil. 

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